segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Zona Industrial de Albergaria-a-Velha (1987)


Foi no último mandato do Presidente José Alves que se decidiu demarcar uma Zona Industrial, para nela se instalarem, de futuro, todas as indústrias do Concelho.

Esta decisão foi criticada em vários tons e por várias razões, nomeadamente por impedir a instalação de indústrias a belo prazer dos empresários e por vir a constituir um perigoso foco de poluição. (...)

O processo de negociação e (ou) expropriação dos terrenos foi moroso, mas cometeu-se um erro básico: quis-se abranger toda a área em vez de se avançar por fases. E o mesmo se passou com as infra-estruturas.

Teria sido preferível marcar sectores, estabelecer prioridades, definir objectivos e faseá-los no tempo.

Não se atraem empresários e indústrias sem electricidade, sem a rede primária de esgotos e sem as vias que vertebrem o sistema.

Ainda hoje se sente isso mesmo. Mau grado as deficiências apresentadas, construiram-se desde 1980 para cá, pelo menos quatro novas instalações industriais, e mais duas estão em fase de acabamento.

Quando se inaugurou a Volvo, em 5 de Dezembro de 1981, como que começou um segundo folêgo da Zona Industrial, apesar de se descortinarem já os alvores da Crise Económica, que veio a persistir até aos dias de hoje.

A seguir nasceu a DURITE, que marcou decisavamente a qualidade da Zona Industrial, quer pela sua arquitectura exterior, quer pela sua tecnologia.

A vida da Zona Industrial continuou a crescer, tendo recentemente sofrido mais um impulso positivo, com o início da laboração da nova Fábrica de Confecções Albergaria.

E já se vislumbravam novas unidades que alargarão, quer a área, quer o leque de actividades.

Se incluirmos na Zona Industrial, como é devido, a Litocerâmica, a Pavileca, as novas unidades de Confecções que vão instalar-se nos Areeiros, nos edifícios ali já construídos, a fábrica da Part-Time e a da Norterssências, em acabamento, podemos concluir que, até ao fim do ano o conjunto de indústrias representarão mais de 500 postos de trabalho, e abrangerão os sectores de Cerâmica, Madeiras, Metalurgia, Metalomecânica, Químico, Mobiliário, Automóvel, Construção Civil e Confecções.

Esta variedade, que gera complementaridades é, em si mesma, um factor de aceleração do crescimento. (...)

Lembra-se que vamos precisar de capacidade hoteleira, que não temos, e de um bom Centro de Saúde que ainda não conseguimos. Mas conseguiremos, se o quizermos.

Resumindo:

A Zona Industrial, sonho do Presidente José Alves, que ajudamos a acalentar e a quem prestamos daqui sincera homenagem, caminha para ser uma realidade.

Dotá-la das infra-estruturas básicas para atrair os empresários é fundamental.

Preservá-la de indústrias poluentes indesejáveis e controlar os níveis de poluição das existentes e das que se instalarem é tarefa indeclinável.

Criar espaços verdes que amenizem a concentração fabril é uma medida humanizante.

A Zona Industrial pode muito bem vir a ser, a curto prazo, fonte de vida e de prosperidade para Albergaria.

Assim o queiram a Autarquia Municipal e os empresários.

Fonte: Flausino Pereira da Silva, Beira Vouga , 1 de Agosto de 1987 (adaptado)

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